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Publicado em: 25/07/2012 às 18:54

Ministro quer rever papel das unidades de pesquisa

Por: Ascom/Fapesb

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, admitiu que irá rever as ações desenvolvidas pelas 18 unidades de pesquisa do MCTI. De acordo com o ministro, algumas delas cumprem papéis que são exclusivos de universidades.

Raupp destacou que uma das unidades tem atualmente 900 alunos matriculados em cursos de pós-graduação. “As unidades são braços para fazer pesquisas e desenvolver tecnologias. É preciso rever a atuação delas para cobrar os objetivos”, afirmou durante a sua palestra, nesta segunda-feira (23), na 64a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em São Luis (MA).

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi citada como exemplo de foco. De acordo com ele, foi a dedicação exclusiva do centro à pesquisa que a levou ao patamar de excelência em pesquisas voltadas à tecnologia no campo. “Os resultados obtidos foram alcançados pela objetividade das ações realizadas pela Embrapa”, afirmou.

Segundo o ministro, este será o ano das unidades de pesquisa da pasta. “Estamos trabalhando para atribuir às unidades responsabilidade sobre os projetos mobilizadores do MCTI. Assim elas terão um papel claro para desempenhar”.

Na opinião do presidente do CNPq, Glaucius Oliva, os institutos podem preencher uma lacuna na pesquisa especializada. “As universidades não tem tempo para se dedicar exclusivamente a um assunto durante muito tempo. Nessas unidades, algumas se dedicam a formar mão de obra para atuarem nesses ramos”, defendeu.

A presidente da SBPC, Helena Nader, apoiou a iniciativa do MCTI em repensar o papel das unidades de pesquisa, mas foi reticente à possibilidade de os cursos de extensão continuarem a ser oferecidos nas unidades. “Considero a medida de rever o papel das unidades como ousada e necessária. Cada um deve se focar naquilo em que foi criado para fazer. Na minha opinião como pesquisadora, o papel de formar mão de obra qualificada é exclusivamente das universidades”, afirmou.

INCTs passam pela primeira avaliação

O programa dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) passou pela primeira revisão de metas neste ano. O comitê de análise do CNPq, órgão reponsável pela coordenação do programa, aprovou a renovação do contrato de 116 dos 122 INCTs. A informação foi repassada pelo ministro Marcos Antonio Raupp durante sua palestra na Reunião Anual da SBPC. Os projetos poderão continuar recebendo recursos pelos próximos dois anos.

Os outros seis INCTs não receberam o aval para continuar as pesquisas em redes. Mas de acordo com o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, o contrato ainda não foi encerrado. “Ainda cabe recurso aos institutos e vamos cumprir todas as etapas do processo de avaliação”, garantiu. Os INCTs são grandes redes que reúnem os melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da ciência e em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país.

Segundo Oliva, um dos problemas identificados pelo comitê foi a não realização de estudos em conjunto. “Percebemos que alguns INCTs formados por diversos grupos fizeram a divisão dos recursos, mas continuaram desenvolvendo os mesmos trabalhos individualmente”, concluiu.

Além de promover o avanço da competência nacional em áreas estratégicas, os INCTs são responsáveis pela formação de jovens pesquisadores e auxílio na instalação de laboratórios de ensino e pesquisa.

Fonte: Agência Gestão CT&I

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