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Publicado em: 11/01/2011 às 12:05

Brasileiro se interessa mais por ciência

Por: Ascom/Fapesb

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Não é só por bola de futebol que o brasileiro se interessa, mas também por pipetas e microscópios. Pelo menos é isso o que sinaliza uma pesquisa do MCT

Não é só por bola de futebol que o brasileiro se interessa, mas também por pipetas e microscópios. Pelo menos é isso o que sinaliza uma pesquisa do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia).

De acordo com os dados, o brasileiro está mais interessado em ciência e tecnologia do que estava em 2006 e o interesse declarado (ou seja, o que a pessoa afirma ter) já supera até o tema “esportes”.

No entanto, apenas 12% dos entrevistados conseguem citar o nome de um cientista brasileiro e só 18% sabem mencionar de cabeça uma instituição científica.

Quem consegue nomear está na parte mais rica da população. “Isso mostra que o Brasil ainda é uma país extremamente desigual”, analisa o físico Ildeu de Castro Moreira, coordenador do trabalho.

E os cientistas mais citados são Oswaldo Cruz e Carlos Chagas. “Praticamente ninguém menciona cientistas sociais, sendo que o Brasil têm nomes importantíssimos como Paulo Freire e Gilberto Freyre”, completa.

A pesquisa consultou 2.016 brasileiros com objetivo de investigar as atitudes e percepções dos brasileiros sobre a ciência e tecnologia. O trabalho dá continuidade a uma investigação similar realizada em 2006.

RESULTADOS
A amostra foi desenhada de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de modo que os resultados possam ser projetados para o que o brasileiro “médio” pensa sobre vários temas.
O nível de interesse em ciência e tecnologia aumentou significativamente desde 2006. O número de interessados ou muito interessados no tema subiu de 41% para 65% dos respondentes.

Em ambiente, o interesse disparou de 58% para 83% no mesmo período –empatando com o gosto por medicina e saúde. Para o coordenador do trabalho, o resultado condiz com o momento atual de preocupações ambientais no mundo e no Brasil- especialmente na Amazônia.

FUTEBOL E CIÊNCIA
Outro dado que chama atenção é que o tema “ciência” tem quase o mesmo nível de interesse declarado (65%) que esportes (62%). “As pessoas, no geral, estão mais interessadas em todos os assuntos. No caso da ciência, isso reflete o momento positivo da situação econômica do país e a ampliação do acesso a espaços e atividades científico-culturais”, explica Moreira.

Apesar do interesse científico declarado de boa parte dos entrevistados, 92% dos consultados revelaram que não frequentam museus de ciência (37% dos quais sob a justificativa de que eles não existem na sua região).
Mesmo baixo, o número de visitantes dobrou desde 2006, passando de 4% para pouco mais de 8%.

Entre as pessoas com ensino superior completo, no entanto, o índice de visitação sobe para 14% dos respondentes- e se aproxima dos índices europeus, que é 18%.

MAIS CONFIANÇA
Outro dado que muda de acordo com a escolaridade e classe econômica do entrevistado é o índice de confiança em determinados profissionais como fonte de informação –com exceção de médicos, que são “confiáveis” para todas as classes.

Entre os mais pobres, a confiança nos religiosos é maior do que nos cientistas. Já nas classes com mais recursos e formação, os campeões são os cientistas de instituições públicas. Quem faz ciência em instituições privadas parece ter uma certa descrença do entrevistado.

Em relação à ciência brasileira, a opinião geral é que ela vai bem. A avaliação sobre a posição da ciência do Brasil no mundo tem se tornado cada vez mais positiva.

Para metade dos brasileiros consultados, ela está hoje em uma posição intermediária. Mas, novamente, o resultado muda conforme a condição econômica: pessoas de classes menos favorecidas têm, em geral, uma posição mais otimista em relação à ciência brasileira.

Em outras palavras, quanto menor o nível econômico do entrevistado, mais ele declara achar que a ciência nacional é bastante avançada.

Fonte: Folha de SP

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