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Publicado em: 29/04/2015 às 11:54

Confira entrevista do diretor geral da Fapesb para a agência Ciência e Cultura

Por: Ascom/Fapesb

025. Foto 27.03.2015

O novo diretor da Fapesb, Eduardo Santana de Almeida comenta sobre os planos e propostas da nova gestão e de sua experiência como pesquisador. Eduardo Santana é doutor em Ciência da Computação e professor adjunto da Universidade Federal da Bahia.

Como você caracteriza o cenário baiano para a pesquisa?
Se observarmos os últimos anos, poderemos identificar uma importante melhora. Por exemplo, em 2000, a Bahia possuía 37 programas de mestrado, onde 32 deles estavam nas Federais. Em 2009, a Bahia já contava com 108 programas (58 nas Federais, 35 nas Estaduais e 15 nas Particulares), um aumento significativo. Por outro lado, em 1998, a Bahia contava com 14 Programas de Doutorado todos em instituições Federais. Em 2008, o estado já contava com 39 programas (33 nas Federais, 4 nas Estaduais e 2 nas Particulares).

Podemos associar a Bahia como grande polo de desenvolvimento de pesquisas? Se sim, como isso se constituiu?
Em algumas áreas temos um desempenho muito bom. Por exemplo, o único programa de pós graduação do norte/nordeste conceito 7 da CAPES é o de Saúde Coletiva da UFBA. Por outro lado, temos poucos programas com o conceito 6. Assim, precisamos melhorar em algumas áreas importantes. Por exemplo, em áreas estratégicas como: Computação, Física, Química e Matemática, não temos programas de excelência. Em Pernambuco, por exemplo, a UFPE tem conceito 6 para importantes cursos como Computação, Física e Química.

De que forma a sua gestão pretende contribuir nas áreas de pesquisa e inovação?
Acredito que devemos ter um maior foco em determinadas ações, em especial: os editais para bolsas de mestrado e doutorado, cooperação internacional, ações estratégicas na área de pesquisa para o estado visando o fortalecimento de competências já existentes e criação de novas áreas chaves, além de ações visando a interação entre empresas e universidades. Além disso, pretendemos acompanhar mais de perto essas ações com alguns indicadores para melhor entender o reflexo das mesmas.

Como está o andamento dos projetos, existirá alguma mudança? Há novos projeto e novos editais? Quais?
Estamos trabalhando duro para o lançamento dos novos editais. Temos algumas mudanças principais que estão alinhadas com o que comentei anteriormente: ajustamos todos os editais para dar uma maior flexibilidade aos pesquisadores com base em itens apoiados e exigências; lançaremos alguns editais em áreas estratégicas para o Estado e criaremos um edital no modelo do Edital Universal do CNPq.

Como é ter tido pesquisa financiada pela Fapesb no mestrado e agora retornar como diretor?
Uma satisfação muito grande. Algo como olhar para trás e pensar em toda a caminhada e ver que todo o esforço valeu a pena. Certamente, aquele apoio para o meu trabalho de mestrado foi de suma importância, pois me deu a possibilidade de focar só na minha pesquisa, uma vez que eu precisava de recursos para me manter fora do estado.

Quais as possibilidades de novas parcerias com as universidades?
Pretendemos manter algumas ações existentes e ajustar outras ao longo da gestão. Todos esses aspectos estão sendo analisados pela nossa equipe com o objetivo de contribuir com as universidades na busca pela excelência.

O que pretende fazer diferente da gestão de Roberto Lopes?
Se observamos as diferentes gestões da FAPESB, acredito que todos os diretores contribuíram de alguma forma. Na minha gestão, pretendo estabelecer o fomento estratégico com diferentes ações; aumentar a eficiência na condução dos processos administrativos trazendo redução significativa do trabalho dos pesquisadores; além de definir uma série de indicadores para a fundação. Os mesmos serão de fundamental importância para direcionamento e acompanhamento das ações estabelecidas.

Quais são os principais investimentos planejados para a sua gestão?
O fomento estratégico aos cursos de Pós Graduação visando a excelência acadêmica; o fortalecimento dos acordos de cooperação internacional; e o fomento à pesquisa e inovação em áreas estratégicas para o Estado.

O seu histórico com a Fapesb, inclusive como pesquisador, contribui de que forma para o seu trabalho atual?
Até Março deste ano, eu estava atuando como pesquisador e vice-coordenador da câmara de Engenharias e Computação, então eu entendo bem alguns problemas enfrentados pela comunidade cientifica. Assim, espero que ao fim da minha gestão, esses aspectos possam ser mitigados.
É possível que a crise federal impossibilite a realização desses projetos?
Certamente, o cenário de crise é preocupante. Assim, as nossas ações devem ser cuidadosamente planejadas para maximizar o uso dos recursos e o retorno das mesmas.

Pensando no atual momento do país, de crises financeiras, é possível que as áreas de ciência e tecnologia dos estados sejam afetadas?
Acredito que sim. No entanto, temos que buscar o diálogo com os diferentes atores envolvidos no processo para manter a “máquina” andando e em constante evolução.

Falando um pouco do nosso trabalho na Agência de Notícias em C,T&I – Ciência e Cultura, como a Fapesb estuda abarcar os projetos nas universidades que promovam a divulgação e a popularização da ciência de maneira mais profissional?
Acredito que através de editais para popularização da ciência, por exemplo. Existe a possibilidade disso para 2015.

Como fomentar uma aproximação entre escolas e as pesquisas científicas para que a ciência e a tecnologia façam parte do cotidiano de jovens e de cada vez mais brasileiros?
Esse aspecto é de fundamental importância e envolve outras entidades. No nosso caso, temos um constante diálogo com a Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação (SECTI) que trabalha também com ações desse tipo. A FAPESB tem também algumas ações específicas como editais que permitem a participação de alunos de escolas e iremos estabelecer uma maior aproximação com esse público. Mas, certamente, é algo que precisamos avançar muito e despertar desde cedo esse interesse nos jovens.

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