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Publicado em: 30/07/2012 às 15:11

Em palestra na FAPESB, cientista explica como obter combustível por fotossíntese artificial

Por: Ascom/Fapesb

A Academia de Ciências da Bahia (ACB) promoveu hoje, 30/07, na FAPESB, a palestra “Uma Mariz Energética Limpa e Sustentável Através da Fotossíntese Artificial: Fundamentos e Desafios”. A palestra foi proferida pelo Dr. Carlos Moysés Araújo, pesquisador do Departamento de Física e Astronomia da Uppsala University, da Suécia.

Araújo apresentou uma alternativa de conversão da energia solar para a síntese de combustíveis que possam substituir os derivados do petróleo. No novo método de transformação, busca-se imitar o processo de fotossíntese das plantas, que utilizam água e gás carbônico e os transforma em energia. A ideia é transformar a matriz energética brasileira desenvolvendo formas seguras de produzir energia renovável.

Segundo Araújo, a energia solar é a mais adequada para o Brasil, devido à grande incidência solar no país durante todo o ano. “Em uma hora chegam de 10 a 20 joules de energia solar na Terra, que são suficientes para fornecer toda a energia necessária para alimentar o planeta por um ano”, disse.

No processo de produção de energia através da fotossíntese artificial, existe um sistema ligado a catalisadores, que absorve a energia solar e quebra as moléculas de água, obtendo o oxigênio e o hidrogênio. Em seguida, a solução aquosa passa pelo setor de produção de combustível onde se separam os prótons e elétrons transformando o hidrogênio em combustível. O hidrogênio é armazenado e pode ser levado para estações de transporte para abastecer veículos, ou para alimentar redes elétricas.

Segundo Araújo, já existem frotas de teste feitas pela Hyundai que utilizam o hidrogênio como combustível. Em 2001 estimava-se que um carro deste tipo custaria cerca de 1 milhão de dólares. Hoje o valor caiu 80%. Em alguns países já existem postos que abastecem os carros com hidrogênio: “Eu tive a felicidade de conhecer um posto destes na Islândia”, disse o palestrante, segundo o qual existem programas nos Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa para fazer rodovias de hidrogênio.

Para que o hidrogênio funcione como um combustível eficaz, é preciso armazenar uma quantidade significativa dele. Araújo explicou que existe uma série de regulamentos para o bom armazenamento, que pode ser feito na forma gasosa, líquida ou sólida. A mais viável delas é a sólida, pois na forma gasosa há grande possibilidade de vazamento, além do que, seria necessário colocar um tanque muito grande nos veículos. Para manter o hidrogênio em forma líquida é necessário atingir temperaturas baixíssimas, o que culminaria em grande gasto de energia. Uma maneira eficaz encontrada pelo pesquisador é colocar o hidrogênio dentro de outros materiais, como líquidos orgânicos, hidrogenando as moléculas orgânicas.

Carlos Moysés Araújo é bacharel e mestre em Física pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor pela Uppsala University (Suécia) e pós-doutor pelo Royal Institute of Technology (Suécia) e pela Yale University (EUA). Atualmente, é pesquisador do Departamento de Física e Astronomia da Uppsala University.

Fonte: ascom/fapesb

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