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Publicado em: 06/01/2016 às 11:55

Empresa cria sistema inovador de tratamento de água com apoio da Fapesb

Por: Ascom/Fapesb

A empresa WWT está desenvolvendo, com apoio da Fapesb/FINEP pelo edital 029/2013 – TECNOVA, o W-Brand, um sistema inovador de tratamento de águas. A parte inovadora do projeto consiste na associação de uma tecnologia de tratamento físico, que utiliza emissão de ondas eletromagnéticas, a um sistema de osmose reversa (OR), em que a água é submetida à alta pressão em uma membrana com poros extremamente finos, o que possibilita obtenção de água potável.

O tratamento da água através de osmose reversa já é conhecido e utilizado como alternativa para dessalinizar água de poços artesianos e salinas. Inclusive, já foram abertos alguns editais pelo Governo do estado para aquisição de aparelhos de OR, a fim de melhorar o contingente de água potável disponível. Mas, segundo Caio Cavalcante, pesquisador da WWT, por conta da má utilização e das condições críticas da água do sertão nordestino, os aparelhos, que são caros, acabam não durando muito: “O que foi uma alternativa para resolver o problema acabou resolvendo parcialmente, mas não de forma contínua”. A associação da osmose com o tratamento físico visa aumentar a durabilidade das membranas utilizadas na OR, a fim de baratear os custos do processo: “A tecnologia da empresa agregada ao processo de OR poderá propiciar um produto final de qualidade com menores custos operacionais para o cliente”.

Apesar de o Brasil possuir a maior reserva de água doce do mundo, as questões relacionadas à má distribuição da água geram problemas econômicos e sociais. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que, no Brasil, 82,5% da população é atendida com o abastecimento de água potável e que cerca de 35 milhões de brasileiros não tem acesso a este serviço. O estudo ainda apontou que, a cada 100 litros de água coletados e tratados, em média, apenas 67 litros são consumidos. Isso significa que 37% da água no país é perdida em vazamentos, roubos, ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas no consumo de água. O prejuízo atinge, anualmente, cerca de 8 bilhões de reais.

Olhando por esse viés, um dos maiores benefícios que a pesquisa pode trazer é de cunho social: “A expectativa é que a tecnologia aumente a competitividade na produção de água dessalinizada tanto em escala industrial, quanto em lugares que têm pouca oferta de água potável”. Isso ajudará, principalmente, as pessoas que moram na região árida do sertão e não têm fácil acesso à água potável.

Atualmente, a WWT tem como foco da pesquisa o tratamento de água de poços artesianos e salinas para as indústrias que precisam deste insumo para realizar seu processo produtivo. Mas, paralelamente, o método poderá ser pensado em menor escala para outros setores, inclusive para consumo humano.

Por: Ana Cely Santana/Lorena Bertino

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