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Publicado em: 07/11/2012 às 12:54

GIRO NA CIÊNCIA – Governo trabalha em programas de estímulo à inovação, diz Coutinho

Por: Ascom/Fapesb

O governo está trabalhando na elaboração de programas de estímulo à inovação em diferentes setores da economia brasileira, de forma similar ao Inova Petro, linha da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltada à cadeia de fornecedores do setor de óleo e gás. A afirmação partiu do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, nesta terça-feira.

Durante palestra no seminário Atração de Centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para o Brasil, na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o executivo citou alguns setores que poderiam ser contemplados com programas, como saúde, aeroespacial, tecnologia da informação e telecomunicações. Após a palestra, quando questionado por jornalistas sobre o tema, Coutinho disse que o banco estaria trabalhando no assunto em parceria com a Finep, Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

“Estamos trabalhando a pedido do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Casa Civil em uma agenda para organizar isso de maneira mais estruturada”, disse Coutinho, que preferiu não citar outros setores que poderiam ser favorecidos com a iniciativa. Ele apenas afirmou que seriam escolhidas “as áreas mais óbvias”, ou seja, setores que teriam mais dificuldade em investir em pesquisa e desenvolvimento no país.

Incentivo fiscal

Coutinho admitiu ainda que o marco regulatório voltado direta e indiretamente para inovação pode ser aprimorado. Ele não descartou a possibilidade da adoção de medidas de desoneração tributária para estimular setores a investir mais em inovação. O presidente do BNDES comentou ainda que o papel das agências reguladoras no sentido de beneficiar a pesquisa e desenvolvimento no país com contexto favorável também poderia ser aprimorado – assim como a infraestrutura de laboratórios no país.

O presidente do BNDES preferiu não dar prazos sobre quando os programas poderiam ser lançados. “Estamos trabalhando aceleradamente, junto com o MDIC, Finep e MCT. Prefiro não dar datas”, completou.

Em seu discurso durante o evento, Coutinho fez uma palestra voltada para a necessidade de investimentos e estímulos mais fortes na pesquisa e desenvolvimento, tanto no âmbito privado, como no setor público. Ele comentou que investir em inovação é um tema relativamente recente no país. Ele lembrou que por muitas décadas o Brasil esteva mais preocupado em buscar uma estabilidade macroeconômica do que interessado em desenvolver a inovação. Mas agora, segundo ele, há condições para se pensar em uma estratégia de longo prazo em P&D, visto que o Brasil, principalmente por conta de robustas reservas externas, está menos suscetível a choques internacionais.

“Quero sublinhar que o Brasil tem desafios tecnológicos relevantes”, frisou, citando as áreas de petróleo e gás, engenharia e energias renováveis, como demandantes em investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Em sua fala, também defendeu maior parceria entre a iniciativa privada, o setor público e as universidades para implementar P&D no Produto Interno Bruto (PIB), cuja fatia ainda é pequena, não chegando a 2%, na avaliação do executivo.

Fonte: Valor Econômico

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