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Publicado em: 30/03/2020 às 09:33

Pesquisador baiano faz mapeamento sobre estrutura urbana para pessoas com deficiência

Por: Ascom/Fapesb

A ideia é que o trabalho sirva para tomadas de decisões no setor público e privado, a fim de melhorar a experiência urbana da população

“Ao melhorarmos a estrutura urbana para pessoas com mobilidade reduzida, não estamos beneficiando somente este público, mas sim toda a população”. É assim que o pesquisador baiano Macello Medeiros, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), caracteriza a importância de um trabalho que desenvolve nos últimos anos através de uma parceria entre o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA) e a Universidade onde atua. O pesquisador se dedicou a criar uma base de dados que reúne informações sobre acessibilidade em diversos equipamentos urbanos da capital baiana, o que pode auxiliar na tomada de decisões de empresas e na criação de políticas públicas.

Macello defende que ao dar visibilidade aos problemas enfrentados por pessoas com necessidades especiais e ao apontar as melhorias que podem ser feitas para promover a qualidade de vida, toda a população é beneficiada. “A requalificação de uma calçada, melhores sinalizações, passarelas adaptadas para cadeirantes, tudo isso favorece a população inteira, pois dentro da parcela de pessoas com mobilidade reduzida existem gestantes, obesos, idosos, mães com filhos pequenos, e todos eles são contemplados com a melhoria”, ressaltou.

Além disso, ele destaca que a acessibilidade ainda é um assunto que precisa ser defendido. “Pouco se fala sobre esse assunto por se tratar de uma parcela da população que é menor e transita de forma invisível, mas quando você permite a livre circulação, é gerada uma melhoria na relação da população com a cidade, que passa a ocupar cada vez mais praças, praias, parques, etc.”.

A inspiração para desenvolver o projeto surgiu da demanda de ações realizadas pelo grupo de trabalho de acessibilidade, mobilidade e cidadania do CREA, que conta com entidades representantes dos direitos das pessoas com mobilidade reduzida. Ao longo do período em que atuou no Conselho, Macello participou de diversas reuniões, palestras, seminários e eventos em geral que abordavam o assunto. A partir dali, surgiu o interesse para gerar dados sobre diversos equipamentos públicos, como praças, pontos de ônibus, dentre outros, para identificar como eles estão adaptados às pessoas com necessidades especiais. “A estrutura do banco de dados é dividida entre os seguintes pontos: crítico, aceitável e favorável, que é definido de acordo com o grau de adaptação para pessoas com deficiência (PCD)”, explicou. Seu trabalho chegou a ser publicado em um livro internacional chamado Brazilian Mobility, que pode ser adquirido através do portal da Amazon e no site da editora Routledge.

O projeto está concluindo a finalização da primeira versão de plataforma e recentemente foi contemplado no Edital Centelha Bahia, da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que vai conceder R$ 1,5 milhão em recursos para que 27 pesquisadores, no total, possam desenvolver seus projetos inovadores. “O recurso deste edital vai possibilitar que a plataforma funcione e que possa agregar novos equipamentos, como pontos de ônibus, passarelas, semáforos, faixa de pedestres, e, posteriormente, pretendemos expandir também para a análise das calçadas”, disse.

Em relação ao Centelha, o pesquisador reitera a possibilidade de expandir o estudo através do recurso do qual foi contemplado. “O Centelha possibilita mostrar como um projeto de pesquisa pode virar um negócio, algo que é feito no mundo inteiro, mas no Brasil ainda estamos nos primórdios de gerar essa percepção na comunidade acadêmica. Atualmente, estamos em fase de abertura de empresa e com ela pretendemos também mostrar como é possível um trabalho acadêmico virar um negócio que pode beneficiar toda a população, ou seja, um negócio social”, concluiu.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam, no dia 8 de julho, o Bahia Faz Ciência, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias serão divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estarão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br

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