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Publicado em: 13/01/2015 às 16:58

UESB obtém primeira concessão de patente de produto desenvolvido com apoio da Fapesb

Por: Ascom/Fapesb

A construção do conhecimento científico, essência do fazer universitário, ganha novo alcance ao atrelar pesquisa e inovação, transferindo para a sociedade novas tecnologias e invenções passíveis de aplicações industriais. Para gerir a política institucional de proteção à propriedade industrial, a Uesb, por meio da Coordenação de Inovação e do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), identifica produtos passíveis de patenteamento, estimulando alunos e professores ao desenvolvimento, transferência e comercialização de novas tecnologias e processos industriais.

“A Uesb tem enxergado a inovação tecnológica como um campo em ascensão, que merece atenção e investimento, por isso tem buscado junto aos órgãos de fomento recursos para estruturação e consolidação do Núcleo de Inovação”, analisou a coordenadora de Inovação da Uesb, Elizane Teles. “A Uesb oferece Bolsas de Inovação Tecnológica (PIBITI/CNPq) aos alunos da graduação; promove a divulgação dos resultados dessas pesquisas com a realização do Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica anualmente; e ainda o aperfeiçoamento, capacitação e disseminação da cultura de propriedade intelectual junto à comunidade acadêmica”, completou a coordenadora.

Com sete depósitos de pedido de Patente de Invenção em tramitação junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), sendo que em um a Uesb é co-titular, a Universidade celebra neste ano sua primeira concessão de patente. De autoria da professora Mara Lúcia Albuquerque Pereira, do Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN), foi concedida a patente “Aditivo à base de extrato alcaloídico de vagens de algaroba (Prosopis juliflora) em rações, utilizado como modificador da fermentação ruminal para melhoria do desempenho animal e mitigação da emissão de gases entéricos de efeito estufa”.

A espécie Prosopis juliflora, por ser exótica, depois que se estabeleceu no Nordeste, passou a invadir o bioma Caatinga por ações antrópicas e/ou por dispersão natural, através da livre ingestão de vagens in natura por caprinos, bovinos e muares, que dispersam as sementes pelas fezes. “É necessário desenvolver tecnologias sustentáveis para reduzir esse impacto ambiental, não só com o uso de vagens processadas em rações para animais, mas também em sua utilização para obtenção de aditivo natural alternativo aos ionóforos convencionais, com a vantagem de promover a mitigação da emissão gases entéricos de efeito estufa”, defendeu a professora Mara Lúcia Albuquerque Pereira. A utilização do farelo de vagens de algaroba na alimentação de ruminantes tem sido pesquisada com recursos financeiros da Fapesb, Fundeci/BNB e da Uesb, em especial no Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPZ).

“A percepção de resultado inovador surgiu quando os estudos simulando a fermentação ruminal in vitro, com adição do extrato enriquecido de alcaloides de vagens de algaroba, demonstraram redução da produção de metano e aumento proporcional da concentração de propionato, produto de fermentação que mais conserva carbono e energia no sistema ruminal, além de ser o único que sofre conversão hepática em glicose”, explicou Albuquerque. “Como o extrato clorofórmico é insolúvel em água e a sua bioatividade sobre células microbianas é maior em meio ácido, o produto patenteado como aditivo em rações concentradas para ruminantes é o extrato aquoso ácido de alcaloides piperidínicos”, esclareceu a pesquisadora.

Os estudos desde a obtenção em escala de bancada até a utilização do extrato alcaloídico como aditivo em rações para animais ruminantes iniciaram-se em 2008 e a expectativa é que nos próximos anos se alcance a finalização de pesquisas de desempenho com as diversas categorias animais nos sistemas de produção de ruminantes, visando o aumento de produtividade e redução da emissão de metano entérico. De acordo com a pesquisadora, “os ensaios de desempenho com os animais estão em fase de planejamento e execução e os resultados preliminares de ganho de peso em cordeiros são promissores”.

As pesquisas tiveram participação e colaboração efetiva dos professores pesquisadores Ronan Batista (UFBA), Vanderlúcia Fonseca de Paula (Uesb/Jequié), Herymá Giovane de Oliveira Silva (Uesb/Itapetinga), José Augusto Gomes de Azevêdo (Uesc/Ilhéus) e Mauro Pereira de Figueiredo (Uesb/ Vitória da Conquista).

Fonte: Ascom/Uesb

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