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Publicado em: 09/05/2016 às 11:05

Zika vírus e seus desdobramentos

Por: Ascom/Fapesb

Em 2015, uma doença misteriosa com sintomas semelhantes aos da dengue assustou a população baiana. O Zika vírus advindo do continente africano teve seu primeiro caso confirmado, através de amostras de sangue de pacientes de Camaçari, por meio de uma técnica chamada RT-PCR. A descoberta feita pelos pesquisadores Gúbio Soares e Silvia Sardi, do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi possível graças ao apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) que disponibilizou recursos através do Programa de Apoio à Pesquisa para o SUS (PPSUS).

Desde então, inúmeras ações têm sido realizadas, principalmente, no combate ao mosquito transmissor, o aedes aegypti. A Fapesb lançou, em março, o edital 001/2016 com o objetivo de convocar pesquisadores vinculados às instituições de ensino superior e/ou de pesquisa e desenvolvimento a apresentarem propostas sobre as arboviroses: zika, chikungunya e dengue. Foram recebidas durante a primeira etapa 18 cartas de intenções de projetos, onde 11 foram escolhidas pelo comitê de seleção, instituído pela Diretoria Científica da Fapesb.

De acordo com o pesquisador e professor de microbiologia, Gúbio Soares, a Fundação tem concedido apoio fundamental para avanço das pesquisas. “A Fapesb está financiando todas às nossas pesquisas, sendo o único órgão que coloca recursos em nosso laboratório”, afirmou. Dentre outras iniciativas da Fapesb, existe também, a pesquisa conduzida pelo pesquisador e professor, Mitermayer Galvão dos Reis sobre a Implicação da estrutura genética da população de Aedes Aegypti na transmissão do vírus da dengue no Estado da Bahia, por meio da modalidade PPSUS Projeto de Pesquisa, em parceria com o Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia).

Segundo a publicação ‘Curiosidades sobre o A. aegypti’ da Fiocruz, o mosquito é originário do Egito e chegou ao país no inicio do século XX, como principal transmissor da febre amarela. Na década de 50, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou o Brasil livre do vetor. “No entanto, a erradicação não recobriu a totalidade do continente americano e o vetor permaneceu em áreas como Venezuela, sul dos Estados Unidos, Guianas e Suriname, além de toda a extensão insular que engloba Caribe e Cuba”. Ainda de acordo com a publicação um mosquito da dengue infectivo pode picar até cinco pessoas no mesmo dia, devido à “discordância gonotrófica”, quando há capacidade de picar várias pessoas com a finalidade de abastecer o mesmo lote de ovos.

A doença é transmitida por mosquitos fêmea aedes aegypti, que se alimentam de sangue com objetivo de produzir ovos. A picada do mosquito– que procria em velocidade vertiginosa – leva de três a 12 dias para se desenvolver, é quando aparecem os sintomas de febre, dor de cabeça, conjuntivite, manchas no corpo, dores musculares e nas articulações provenientes do zika vírus.

Outros desdobramentos neurológicos ligados ao zika vírus são a síndrome de Guillain Barré e microcefalia – corresponde a uma malformação do cérebro de recém-nascidos, resultando em diâmetro do crânio menor do que a média, dificultando o desenvolvimento cognitivo das crianças.

De acordo com o Ministério da Saúde, em boletim divulgado, no dia 16 de abril, já são 1.168 casos confirmados de microcefalia. Sendo o Nordeste brasileiro com 5.520 casos registrados e cerca de 77,2% dos casos notificados. A Bahia investiga 647 casos, seguida dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Ceará.

“O Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC) já reconheceu que existe confirmação científica e complicações neurológicas a respeito da doença”, fala Gúbio Soares sobre associação do vírus Zika à microcefalia. O pesquisador cita também ações de parcerias entre governo Federal e Estaduais e abertura de locais de atendimento para pessoas acometidas pelas doenças.

Prevenção
Especialistas recomendam que a melhor forma de evitar o zika vírus é impedindo a propagação do mosquito transmissor. Além disso, outras medidas podem ser adotadas, tais como: eliminação dos focos de água parada, o uso de mosquiteiros, repelentes e evitar viagens para locais com altos índices de infestação e outros.

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