Voltar
Publicado em: 29/07/2013 às 21:48

FAPESB apoia projeto de Cultivo de Bijupirá em Pequena Escala

Por: Ascom/Fapesb

A aquicultura mundial cresceu significativamente nas três últimas décadas e o potencial do Brasil para o desenvolvimento desta atividade é grande já que, somente de costa marítima, o país é constituído por 8.400 Km, sendo quase 1.200 Km no estado da Bahia. Mesmo não havendo no Brasil registros oficiais do cultivo comercial de peixes marinhos, uma das espécies que vêm despertando grande interesse é o bijupirá, conhecido internacionalmente por cobia. O bijupirá é uma espécie de águas tropicais com grande potencial de cultivo, devido, principalmente, ao seu rápido crescimento e alto valor no mercado doméstico e internacional.

Embora já possua tecnologia de reprodução dominada no país, o seu cultivo está baseado no de salmão, que utiliza tanques-rede de grandes dimensões, instalados em alto mar e equipamentos e técnicas altamente complexas e dispendiosas, não permitindo a inserção do pequeno e médio produtor na atividade. Assim, faltam tecnologia e equipamentos que possam ser usados nas condições geográficas e que atenda ao perfil dos produtores encontrados no litoral da Bahia e do Brasil.

Após analisar este cenário, a empresa ST Serviços Técnicos em Aquicultura decidiu desenvolver, com o apoio da FAPESB, um sistema de cultivo ambientalmente sustentável e de baixo custo para a produção em pequena escala do bijupirá, em áreas que possam ser utilizadas por pequenos e médios produtores.

O projeto foi dividido em três etapas. Na primeira foi desenvolvido o projeto de design e engenharia e construídos os módulos de produção dos tanques-rede para as fases de berçário, crescimento e engorda do bijupirá. Nesta etapa, também foi solicitado ao INPI o registro da patente de invenção da balsa de flutuação, uma balsa de baixo custo, resistente, flexível e de fácil montagem. Na segunda etapa, foi instalada na ilha de Aracary, na Baía de Camamu, uma Unidade de Pesquisa para a realização de cultivo teste para validação e ajustes dos equipamentos desenvolvidos e definição do protocolo de cultivo. Esta etapa encontra-se em desenvolvimento e como unidade de apoio foi construída uma estrutura com galpão, para o armazenamento de ração e guarda de equipamentos e materiais. Na terceira etapa será desenvolvido um software para o gerenciamento da produção para auxiliar no controle, armazenamento, organização e processamento de dados técnicos e econômicos.

Devido ao alto custo da única ração para carnívoros marinhos disponível no Brasil, os pesquisadores da ST estão realizando diversos ensaios nutricionais com diferentes tipos de ração para peixes, a fim de chegar a um alimento que proporcione um desempenho técnico e econômico sustentável do cultivo do bijupirá. Os dados destes ensaios estão sendo sistematizados por bolsistas da área de nutrição animal e técnicos da Seta Aquicultura.

A substituição de parte da pesca extrativista pelo cultivo de peixes com a instalação de cultivos de bijupirá é uma alternativa viável de emprego e renda para as regiões pesqueiras da costa baiana. Esta mudança poderá dinamizar a economia local contribuindo para a melhoria dos indicadores sociais e econômicos locais. Além disso, a aquicultura não apenas é uma fonte geradora de alimentos como contribui para a preservação do meio ambiente, fazendo com que a população dependa cada vez menos da pesca extrativista e passe a controlar sua produção, gerando receita e melhorando sua dieta alimentar.

Fonte: Lorena Bertino – Ascom/Fapesb

Voltar