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Publicado em: 29/06/2012 às 18:36

Giro na Ciência – 10 inovações “verdes” das Olimpíadas de Londres

Por: Ascom/Fapesb

Aeroporto com carrinhos elétricos

O principal aeroporto da cidade, o Heathrow Iternational – que deve receber pelo menos 80% de todos os atletas, dirigentes e espectadores das Olimpíadas -, inaugurou um sistema de carrinhos elétricos, que dispensam motorista, usados para levar os passageiros do aeroporto aos bolsões de estacionamento e vice-versa. Cada veículo, que comporta até quatro pessoas, trafega sobre uma pista exclusiva a uma velocidade de até 40 km/h e tem emissão reduzida de poluentes.

Ao passageiro, cabe o simples trabalho de acionar em uma tela o destino desejado. O tempo da viagem entre o terminal e o estacionamento é de cerca de quatro minutos. Os “Ultra”, como são chamados, fazem parte do programa “Sistema de trânsito pessoal rápido” (PRT, na sigla em inglês) e substituíram alguns dos ônibus a diesel usados para transporte de passageiros no aeroporto. Além do ganho ambiental óbvio, o sistema ajuda a evitar lotações e diminuir o tempo de espera. Uma solução prática, eficiente e sustentável.

Arenas recicláveis

Depois de um grandioso espetáculo cheio de pirotecnia em 2008, Pequim ainda não encontrou finalidades para alguns de seus estádios. Para não cometer o mesmo erro, Londres evitou as sedutoras megaconstruções olímpicas que, além de pressionar o orçamento, se tornam muitas vezes um problemão após as competições. Exemplo disso é a arena que abrigará os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de basquete. Erguida dentro dos padrões da construções sustentáveis – que balizaram todo o projeto inglês – a arena é totalmente reciclável. Ao final dos jogos, toda sua estrutura – dos bancos às quadras, passando pelo esqueleto de mil toneladas de aço e a cobertura inflável de PVC branca – poderá ser desmontada e reutilizada em outras instalações esportivas pelo país. A arena que vai sediar a modalidade pólo aquático também segue a mesma premissa de temporalidade. Erguida a partir de materiais de plástico reciclado, ela será desmontada ao término dos jogos.

Lixeiras high tech para transmitir notícias

Em fevereiro, Londres instalou um moderno e inovador sistema de coleta seletiva: lixeiras inteligentes equipadas com duas telas LCD uma em cada lado, que são sensíveis ao toque e transmitem notícias em tempo real. Diariamente, das 6h às 23h59, os aparelhos de coleta seletiva reproduzem informações do mercado financeiro, meio ambiente, de cultura e arte, generalidades e previsões do tempo. Há planos, inclusive, de garantir conectividade Wi-Fi na temporada dos jogos olímpicos. A ideia por trás da atratividade do aparelho é uma só: chamar atenção da população para aumentar a taxa de reciclagem da cidade.

Recompensa para quem andar de bicicleta ou a pé

Imagine ser recompensado monetariamente por deixar o carro em casa e ir a pé ou de bicicleta para o trabalho? Com a aproximação dos jogos olímpicos, essa é a tática que a prefeitura de Londres pretende adotar para estimular a mobilidade sustentável, reduzir a poluição e os níveis de congestionamento. Por trás do bônus verde está a empresa Recyclebank que, em parceria com a companhia de transporte municipal Transport for London (TfL), criou um aplicativo para smartphone capaz de mensurar e pontuar os deslocamentos por meios alternativos de cada pessoa. Quando um usuário digita o destino de sua viagem, o app re.route sugere rotas para percorrer a pé ou de bike. Quem segue uma das vias alternativas ganha cinco pontos de recompensa, que são então convertidos em prêmios resgatáveis na forma de descontos em lojas e cinemas conveniados. Disponível apenas para iPhone, o aplicativo começou a valer em maio e no futuro há planos de gerar uma versão para Android.

Árvore solar

Postes com formas orgânicas abastecidos por energia renovável vão iluminar a cidade até setembro para homenagear os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Londres. Idealizados pelo designer Ross Lovegrove, famoso por misturar ciência, tecnologia e natureza em seus projetos, os postes em formato de árvores brotaram em Londres em maio por ocasião da Clerkenwell Design Week, uma feira com o que há de mais visionário no setor. Com folhas equipadas com células fotovoltaicas que transformam a luz do sol em eletricidade, o poste tem galhos de LED que acendem automaticamente quando escurece.

Frota de táxi ecológicos

A frota de táxis londrinos passou por uma repaginada verde. No início de fevereiro, começaram a circular pela ruas da cidade os primeiros modelos do Fluence Z.E, o sedã da Renault totalmente movido a eletricidade. Disponibilizados pela firma britânica de transporte sustentável Car Climate, o veículo é alimentado por baterias de lítio que proporcionam uma autonomia de 160 quilômetros sem emitir um grama sequer de CO2. Os carros podem ser encontrados no centro da cidade, região com maior concentração de estações de recarga elétrica. A tarifa é igual à cobrada pelos táxis tradicionais. Parte dos icônicos Black Cabs londrinos também ganharam por uma repaginada verde, passando a rodar com células a hidrogênio no lugar de diesel, fonte significativa de poluição.

Ônibus de dois andares ganha versão ecológica

Um dos principais símbolos de Londres ganhou ares mais modernos e ficou mais ecológico. O tradicional ônibus vermelho de dois andares foi adaptado para receber de forma mais adequada as pessoas com dificuldade de mobilidade e também gerar menos poluição. Os novos modelos, que começaram a circular em fevereiro, são equipados com uma tecnologia híbrida, que usa eletricidade e diesel “verde”, que emite metade dos gases poluentes de uma versão convencional, e tem o dobro da eficiência no aproveitamento de combustível.

Embalagens biodegradáveis

Um evento das dimensões das Olimpíadas precisa ter um senhor esquema de coleta de lixo – que não será pouco. Além dos coletores de recicláveis, Londres aposta em embalagens biodegradáveis, principalmente as usadas na alimentação. Por isso, toda comida ou bebida vendida dentro do parque olímpico e nas arenas dos jogos deverão ser feitas de material compostável. Os organizadores estimam que 40% de todo o resíduo gerado nas instalações olímpicas virá da alimentação.

“Cola mágica” contra poluição

As ruas de Londres recebem, desde o começo do ano, uma solução química capaz de atrair partículas de poeira fina do ar e prendê-las ao asfalto. Um veículo especial asperge uma solução de acetato de magnésio de cálcio, que tem o curioso efeito de atrair partículas de poeira fina em suspensão e prendê-las ao asfalto. Uma vez capturada, a poeira é recolhida pelo movimento contínuo dos pneus de carros ou lavada pela chuva. Segundo o excêntrico prefeito Boris Johnson, dá para reduzir em até 10% a concentração de partículas de poeira no ar, melhorando a condição da atmosfera.

Megaprojeto de descontaminação

Um dos carros-chefes do projeto das Olimpíadas verdes de Londres foi a revitalização de uma antiga zona industrial no distrito de Stratford para a construção do Parque Olímpico. A maior operação de descontaminação já feita no Reino Unido precisou de quatro anos de trabalho intenso e mais de 230 milhões de reais investidos para livrar de componentes tóxicos 2 milhões de toneladas de solo contaminado. O complexo de 2,5 quilômetros quadrados hoje conta com uma cobertura vegetal frondosa de 4 mil ávores e 300 mil plantas aquáticas.

Fonte: Exame.com
Foto: Arena Reciclável

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