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Publicado em: 14/08/2014 às 15:21

João Carlos Salles fala sobre perspectivas para a UFBA em palestra na Fapesb

Por: Ascom/Fapesb

Nesta quinta-feira, 14/08, o novo reitor da Universidade Federal da Bahia – UFBA, João Carlos Salles, eleito para o quadriênio 2014-2018, proferiu palestra na Fapesb sobre as perspectivas da UFBA sob sua gestão. O evento, promovido pela Academia de Ciências da Bahia (ACB), teve como anfitrião o ex-governador e atual presidente da ACB, Dr. Roberto Santos.

João Salles utilizou trechos de uma palestra de Roberto Santos, de 1996, para embasar seu discurso. No texto, Roberto Santos, na época deputado federal, citava a tensão entre o modelo de universidade e a permanência de uma estrutura de escolas isoladas. Falava, também, sobre a preocupação em relação à expansão da Universidade, afirmando que para superar as deficiências na qualidade de vida da população, o crescimento da UFBA deveria se dar de forma mais rápida.

“Os problemas da Universidade não podem ser desconhecidos, e sim, enfrentados”, disse João Salles. Ele citou a política de Ações Afirmativas, que ampliou o acesso da população à universidade, mas que ainda deixou a desejar na política de efetiva inclusão: “Não podemos deixar de analisar o significado e que tipo de correção e política devem ser feitas, levando em conta a diferença de rendimento de cotistas e não cotistas, bem como o fato de que precisamos continuar a combater, dentro da UFBA, formas de discriminação”.

O novo reitor falou, também, sobre a interiorização do ensino superior. Segundo ele, a UFBA coopera pouco com a rede estadual de ensino: “Sei da importância da Fapesb neste sentido de promover essa cooperação. Isso é algo que tem que ser aprofundado”, afirmou. João Salles disse que é preciso estabelecer fóruns regionais para que as universidades estaduais e federais possam traçar, em conjunto, políticas de expansão, além da melhoria na qualidade dos cursos, cooperação em eventos e editais.

Retomando o texto de Roberto Santos, João Salles disse que uma das questões que precisam ser analisadas na UFBA é a da gestão fragmentada das escolas: “Temos uma política que ainda reflete o comportamento das escolas isoladas, uma gestão fragmentada”, disse. Ele falou, também, da interdisciplinaridade como elemento fundamental para o processo de produção do conhecimento. “Estamos muito acanhados nesta reflexão e, às vezes, nós avançamos na implantação sem pensar nas implicações profundas do que é a interdisciplinaridade, que há séculos causa dificuldades.”

Algumas medidas importantes foram destacadas pelo novo reitor, como a atenção necessária às demandas específicas da universidade e da sociedade: “Não há um modelo abstrato, uma boa gestão não tem que impor um modelo, e sim ficar atenta às demandas específicas. Por exemplo, temos hoje uma demanda do curso de engenharia, o desafio específico de expansão e implantação do Campus de Camaçari que não pode ser feito sem uma reflexão cuidadosa”. Outra demanda ressaltada por Salles foi da educação básica, desde os cursos de licenciatura até a educação à distância que, segundo ele, não tem tido a atenção devida da UFBA.

Salles falou ainda sobre a importância do acolhimento dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia – INCTs: “O INCT não é uma iniciativa isolada, envolve, também, as universidades”, disse. Ele lembrou da Chamada Pública que está com inscrições abertas até o dia 08/09/2014 para consolidação dos INCTs no país. Esta Chamada é uma parceria entre o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, CNPq, CAPES e Fundações de Amparo à Pesquisa. A Fapesb disponibilizou recursos no valor de R$ 20 milhões.

A cerimônia de posse do novo reitor acontecerá neste mês de agosto, com data a confirmar.

Por: Lorena Bertino – Ascom/Fapesb

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